02/12/2021 às 03:38 Corporativo

A banalização da imagem

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Você já parou para contar quantas imagens já viu através do seu feed nas redes sociais desde a hora que acordou até agora? quantas imagens de perfil, fotos, vídeos, outras mídias?


Quantas delas você realmente parou para admirar ou analisar com mais calma?


Neste mundo corrido que vivemos onde o "Tempo é dinheiro" e a briga por atenção é frenética por todos os meios de comunicação, estamos perdendo a percepção de valor de coisas simples como: uma foto de família, um prato bem montado, o que causou aquele sorriso, onde fica tal lugar, entre outros tantos momentos registrados.

Com a facilidade das fotos por Smartphone, tudo é motivo para foto e nada tem mais tanta importância.

Encolhemos o lugar: "Trava na pose, chama no zoom, dá um close" e pronto, lá se foram os bytes de memória do celular e mais uma foto para galeria. Foto essa que terá seus 5 segundos de fama no feed e a história daquela tarde se perde entre rolagens e mais rolagens de tela.


As imagens de perfil então, são todas comuns: olhar fixo, braços cruzados, fundo colorido e tudo bem. Não importa a pessoa, sua personalidade, sua expressão.

A impressão que tenho é que com toda a tecnologia e facilidades desse mundo conectado, a imagem se tornou banal, ou seja, sem originalidade, trivial.


Em tempos remotos, não que eu seja saudosista mas, a hora da fotografia era mais valorizada. Todos paravam, se arrumavam, havia silêncio.

Era preciso finalizar as 36 poses, levar para revelação, torcer para não ter queimado algum filme e sorrir ao ver tudo aquilo que vivemos, traduzido em algo material: a foto impressa.

Depois, nos reuníamos para ver todos os álbuns e contar novamente as histórias daquele dia. Havia um apego, um sentimento em cada imagem. Diferente das milhões de fotos perdidas em nossos dispositivos digitais.


A evolução é necessária mas não pode tirar de nós o mais importante: Viver a experiência!


Embora seja fotógrafo, quando viajo com minha família sou o que menos fotografa, porque prefiro experimentar o que estou vivendo sem intermédio de lentes ou telas.

Nas apresentações das minhas filhas em suas escolas quase não faço fotos profissionais, mas tenho exatamente a lembrança de cada ação que elas realizaram.

As fotos que tenho e faço delas, nesses momentos em família, são aquelas que com o passar do tempo contarão alguma história. Tenho o cuidado de fotografar aquilo que fará com que elas se lembrem daquele momento.



A análise que faço, como profissional de fotografia, das imagens de perfil que vejo é que não há preocupação em mostrar verdadeiramente quem você é, como você pode ajudar alguém, como alguém pode confiar em você.

Enquanto outros, se preocupam com seu perfil profissional no detalhe: a cor da roupa, a postura, o olhar confiante, o sorriso amigável, a luminosidade suficiente. Questões que agregam valor aquilo que você enquanto profissional deve representar.


As fotos postadas, em sua maioria são aleatórias e ilustram um pensamento daquela hora. Sem coerência, sem continuidade, apenas postada.

São imagens de um dia qualquer que a pessoa estava bem vestida e deu um sorriso para a câmera do celular. Pronto! Resolvido.



Não! A banalização da imagem não pode fazer parte da nossa rotina. Precisamos olhar com mais cautela, buscar respostas sobre o que valorizamos nas fotos.


Pensar em expressar através da nossa imagem de perfil, quem realmente somos em toda plenitude, sem poses prontas, sem padrão.

Dedicar um tempo em construir uma imagem forte, diferente do comum, que se destaque em meio a tanta coisa igual.


Dessa forma conseguiremos distinguir aquilo que nos agrega e como podemos agregar na vida das pessoas do que realmente merece ser rolado em nosso feed.

02 Dez 2021

A banalização da imagem

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