Vivemos em uma época onde a maioria das pessoas possui um smartphone com câmera. Isso é uma realidade difícil de imaginar há 25 anos quando os celulares eram muito caros e a resolução das fotos de qualidade duvidosa.
Tirar uma foto do rosto era somente as famosas 3x4 para inclusão em algum processo seletivo, documento ou cadastro na escola mesmo.
Era preciso economizar na entrega dessas fotos pois em sua maioria eram pacotes com 6 imagens. Demorava, às vezes, até 2 dias para ficar pronta, etc.
Os tempos evoluíram, veio a "TECKPIX", a câmera mais vendida no mundo que não conheci até hoje alguém que tenha! - revelação em 1h, celulares com absurdos 108 megapixels (que não fazem a menor diferença pois o sensor é minúsculo, mas esse assunto trataremos em outro artigo), enfim a tecnologia invadiu nossa cultura.
E a quantidade de imagens geradas exigia cada vez mais uma forma de ser compartilhada: ORKUT (que Deus o tenha!), Fotolog ou Flogão, 500px, Pinterest, Facebook e Instagram.
Sentimos uma necessidade de fotografar nunca vista na história.
Mas um termo e prática se tornou viral a partir do OSCAR 2014, a tão famosa SELFIE (escreva aí no seu buscador favorito "Selfie do Oscar").
O termo Selfie tem origem no inglês porém sofreu suas devidas flexões em nossa língua mãe e quer dizer servir/fotografar a si mesmo, seja apenas o rosto ou todo o contexto que te envolve.
O Selfie é interessante pois você enquanto fotógrafo agora pode fazer parte daquilo que está registrando. Ele virou um costume cotidiano.
Em qualquer passeio que você vá, pare para observar, quantos celulares estão na ponta de um braço estendido apontando para os sorrisos instantâneos?
Esteticamente, não é exigido do Selfie a luz perfeita, composição, contexto, simplesmente é um registro daquele instante, aquele fato, fim.
É nesse ponto que questiono: quanto vale uma Selfie? E se levarmos para o lado dos negócios, quanto vale um profissional cuja foto é apenas uma Selfie?
Não quero aqui, e nem tenho esse poder, desmerecer esse tipo de fotografia, afinal de contas, a famosa "Selfie do Oscar", por exemplo, custa na faixa de US$ 1 bilhão. O que pretendo com este artigo é refletir a importância que as nossas imagens passam para os possíveis clientes.
Nós, profissionais liberais, produtores de conteúdo, pessoas públicas, temos uma comunicação com aqueles que nos cercam e seguem.
Apresentar uma foto/imagem pensada, estudada, produzida ao nosso público é um mínimo de respeito. Vejo a Selfie como um recurso imediato apenas para registro, mas não consigo enxergar cuidado e compromisso nela.
Do ponto de vista técnico, também não é a melhor das fotografias uma vez que:
- É feita com uma lente possivelmente grande angular, o que distorce a visão do conteúdo - aquilo que está mais próximo da lente é maior do que o que está mais longe;
- O sensor é pequeno - não capta a luz necessária para gerar uma imagem nítida o suficiente;
- O dispositivo realiza pós processamento automático - suaviza ou define detalhes não relevantes na imagem.
Sua foto de perfil precisa contar mais de você, exige uma comunicação corporal. A fotografia de perfil profissional é pensada e produzida com todo o cuidado e capricho que seu público merece e espera.
Se possível, faça um comparativo das pessoas que você segue nas redes sociais e verifique se aquelas com maior sucesso se apresentam com uma Selfie ou um Retrato.
Você vai perceber que a Selfie tem lá o seu valor mas o profissional que se preocupa com a sua imagem, estará muito à frente.
E reflita, será que minha foto de perfil está refletindo o que realmente quero comunicar? (veja nosso artigo sobre esse assunto aqui.)
Nosso tempo nos dias atuais é muito curto e se mostrar ao mundo com uma Selfie nos fará ser mais um na multidão. Para se diferenciar em um mercado tão competitivo é preciso mostrar valor.
E posso afirmar a você que um retrato corporativo agregará muito mais a sua imagem do que uma simples foto de smartphone.